Caos e corrupção do MEC comprometem o futuro das novas gerações

Apesar de investir em propagandas na grande mídia para vender a ideia de que se preocupa com a educação, o governo de Jair Bolsonaro está longe de ter diretrizes, de fato, comprometidas com o futuro das nossas crianças, adolescentes e jovens.

O Ministério da Educação (MEC), que sofre com o descaso desde o começo do atual mandato, agora se tornou mais um grande foco de corrupção.

Muito além das denúncias de corrupção envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro e pastores, o MEC amarga a falta de planejamento e de atenção a questões fundamentais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para se ter uma ideia do caos, o Banco Nacional de Itens (BNI), que municia a elaboração das avaliações, não sofre atualização desde 2018.

Apesar dos alertas feitos pelo INEP (órgão responsável pelo exame), o problema não ganhou atenção do MEC e há possibilidade de repetição das questões no ENEM de 2022.

Enquanto pastores negociam vantagens por meio do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), a elaboração do exame, um instrumento que ajudou a democratizar mais o acesso dos jovens brasileiros à universidade pública, segue sem o menor cuidado.

Isso explica, por exemplo, a prova de 2021 não ter abordado a pandemia do novo Coronavírus que, naquela época, já havia causado a morte de 600 mil brasileiros (pela doença que Bolsonaro chamou de resfriado).

Descendo a ladeira

Desde que assumiu a Presidência da República, Bolsonaro empossou 5 (quase 6) ministros da Educação. Um recorde vergonhoso.

O balanço é dos piores, com medidas ultrajantes como a proposta de revisão das abordagens relacionadas ao Golpe de 1964 e à ditadura militar nos livros didáticos e o projeto de implantação de escolas cívico-militares.

Fora isso, a pasta vem sofrendo cortes orçamentários frequentes, que desmontam, principalmente, as universidades públicas, um dos principais alvos de ataques do presidente.

São retrocessos que colocam em risco vitórias obtidas com muita luta nas últimas décadas.

Além dessas questões, tornou-se realidade o Novo Ensino Médio, que tende a aumentar ainda mais as desigualdades na educação. O modelo, proposto ainda na gestão Michel Temer, vai evidenciar a falta de infraestrutura e de recursos na educação pública.

Na prática, as escolas privadas, que possuem mais recursos, terão muito mais condições de implementar o projeto.

Com a promessa de muitos desníveis impulsionados na educação básica, há ainda a possibilidade de revisão da Lei das Cotas neste ano.  Se o Brasil continuar sendo comandado por extremistas autoritários, o futuro das novas gerações segue cada vez mais em perigo.

Fonte: APUB

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