Para fortalecer a democracia, defender a ciência e a universidade

Mais de 90% do conhecimento científico brasileiro é produzido nas universidades públicas. Se antes o imaginário social trabalhava com a concepção de que a ciência é algo muito distante, a pandemia resgatou o espírito cívico da ciência entre a população – com a expectativa enorme em torno do desenvolvimento das vacinas, por exemplo.

E não é só isso. O investimento em ciência e educação produz uma sociedade com maior espírito crítico e inovador, voltada sobretudo a criar soluções e políticas voltadas ao interesse público. Com isso, a Democracia estabelece seus pilares na construção do futuro do país.

No entanto, o governo Bolsonaro vem atacando essas bases, a partir da combinação entre grandes cortes no setor e uma postura anticiência, que paralisa, silencia e censura a produção científica no país.

O que está por trás

Um país que não investe em pesquisa, ciência e educação está continuamente sujeito a se tornar refém dos governantes. Como aponta artigo de Celso Rocha de Barros, não é por acaso que governos com projetos autoritários tentam destruir universidades e a comunidade científica, seja com cortes brutais de recursos, seja com ataque sistemático, baseados em mentiras, à imagem das instituições e de seus quadros.

O ataque às urnas

As urnas eletrônicas, por exemplo, são resultado de um longo esforço em desenvolver um sistema seguro, confiável, e que é referência mundial. Pesquisadores, especialistas em segurança da informação, acadêmicos e toda sorte de profissionais altamente especializados desenvolveram essa ferramenta usada pelos brasileiros, a cada dois anos, na hora de exercer seu maior direito dentro da Democracia: o voto.

No entanto, ainda que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tenha sido eleito diversas vezes pelas urnas eletrônicas (que foram se aperfeiçoando ao longo do tempo), quando ele percebe que corre o risco de não ter o resultado almejado, ataca a ferramenta.

Mas não para por aí. Ele ataca também todo o sistema eleitoral e as instituições que visam garantir os pesos e contrapesos do exercício democrático, por meio do discurso anticientífico sustentado à base de mentiras. O objetivo é insuflar uma base de manobra vulnerável às fake news que ele propaga, espalhando desinformação e incentivando o caos.

Resgatar o papel da ciência na reconstrução do país

Parte dos esforços na reconstrução do Brasil está fundamentalmente na valorização da ciência para o desenho de uma nova sociedade brasileira mais justa, mais igualitária, mais democrática e mais sustentável.

É preciso retomar os investimentos, defender a democracia, lutar por educação pública de qualidade e, sobretudo, pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.

Fonte: APUB

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