Os 57 anos da APUB foram celebrados, pelo segundo ano consecutivo, em uma cerimônia aos pés do Iroko, árvore vizinha à sede do Sindicato e cultuada como um orixá pelas religiões de matriz africana. A atividade realizada na quarta-feira, 13 de agosto, foi conduzida pela Yalorixá Gilmara Santos (Terreiro Ilê Asè Omi Obalàgedé) e pelo Ogan Alan Oliveira (Terreiro Ilê Axé Araka), ambos diretores do Programa A Voz do Axé.
A cerimônia exaltou a diversidade religiosa, declamada em poema de Maiara Silva, e contou com a presença de diversas entidades parceiras, como o DCE-UFBA, a ASSUFBA, a CUT-Bahia e a CONEN. “57 anos da APUB, reverenciando a nossa árvore ancestral, que significa muito para as religiões de matriz africana. Estamos felizes que a APUB está fazendo mais um ano com essa responsabilidade de poder cuidar e respeitar esse espaço”, afirmou a Yalorixá Gilmara Santos, ao iniciar os trabalhos.




No início das celebração, a presidenta da APUB, Raquel Nery, reafirmou o compromisso do sindicato com a luta de diferentes gerações: “A gente tem dito que a APUB é um sindicato que está comprometido com a luta de várias gerações. Então, neste momento em que várias gerações se encontram eu quero, com muito respeito, saudar os mais velhos, aqueles que chegaram antes de nós e dizer que é com muita honra e com muita responsabilidade que a gente dá continuidade a essa luta”, afirmou.
Diretora financeira do Sindicato, a professora Auristela Félix também participou da celebração, convocando para a diversidade religiosa: “Muito respeito a nós, muito respeito ao povo negro, muito respeito a essa diversidade, muito respeito é o que a APUB Sindicato faz e traz nesse momento: Muito respeito, muito amor, muita força e muita luta. Avante e muito Axé!”.




Integrante da comissão de aposentados do sindicato, o professor João Augusto relembrou alguns fatos históricos relacionados ao sindicato e à sua vida docente, compartilhando que, por muito tempo, o Iroko foi sua “companheira”: “Eu morava perto e ia andando para a Escola Politécnica, então todo dia passava por esta árvore”.
Ex-presidenta da APUB (2022-2024), a professora Marta Lícia falou sobre a trajetória do sindicato, que é atravessada por pautas que muitas vezes não são consideradas tradicionalmente como “sindicais”: “Então, é o samba, é um momento religioso, é um momento em que a gente está fazendo a luta antirracista. E isso a APUB não faz como protagonista, faz porque ela aprende com o movimento social, com o movimento negro, com o movimento ambiental, com o movimento de gênero. Então, sem esses movimentos, a APUB também não seria o que é. E essa possibilidade que a gente tem de escuta, de respeito, de convivência. Então, fica aqui a nossa gratidão, que venham mais 57 anos!”, celebrou.
A celebração do aniversário da APUB no Iroko é apenas uma das ações que reafirmam o compromisso da APUB com o enfrentamento ao racismo e a promoção da diversidade. O destaque vai para a defesa da lei de cotas no serviço público, com apoio jurídico para professoras/es que têm esse direito ameaçado. Além disso, no momento, estão abertas as inscrições para a formação em letramento antirracista.



